O camarada Rodrigo Brandão, a.k.a. Gorila Urbano, tem moral na praça e foi convidado pelo selo inglês Mais Um Discos para reunir na compilação Daora... tudo aquilo que faz a cabeça do vocalista do Mamelo Sound System em matéria de música contemporânea brasileira. E como bom entendedor do assunto, Brandão fez bonito e selecionou uma pá de nego bom nas 32 faixas presentes na produção. Curumin, Afrobombas, Ogi, Sombra, Braunets, Bixiga 70, Soraia Drummond, Metá Metá, Criolo, Elo Corrente e M Takara foram alguns dos nomes escolhidos pelo cara na missão de chapar os ouvidos gringos com muito groove tupiniquim. O cara também foi sangue bom demais com a gente e respondeu algumas perguntas sobre o trabalho e, de quebra, falou sobre outros artistas. Leia a entrevista, escute todas as faixas e adquira sua cópia. Valeu, Brandão!!
1 - O selo inglês Mais Um Discos te deu bastante liberdade na hora de escolher as músicas, tanto é que você selecionou 32 faixas para a compilação. Como foi o processo de seleção dos sons e quais artistas acabaram ficaram de fora?
R. Brandão: A maioria dos sons foram escolhas minhas, mas teve coisa que o Lewis, do selo Mais Um Discos, fez questão de incluir. Como se trata de uma parceria, a busca pelo equilíbrio é necessária. Sobre o processo de seleção, basicamente segui o beat do meu coração e indiquei nomes que admiro, independente do estilo específico, do quanto são famosos ou deixam de ser. O Lewis, aka Mais Um Gringo, é fã do meu trabalho como MC, por isso confiou no meu gosto e ficou satisfeito com o resultado. Muita gente que representa ficou de fora da coletânea DAORA... entre eles, posso citar as MCs Flora Matos e Stephanie, o duo Stop Play Moon, a cantora Silvia Tape, a Roberta Estrela Dalva - que manda um spoken word cabuloso - e o Russo Passapusso, cantor e compositor baiano, por exemplo.
2 - Aparecem nomes conhecidos, como, por exemplo, Bixiga 70, Curumin e Criolo, mas artistas com menos visibilidade também estão presentes, caso de Soraia Drummond e Response Pirituba. Você conheceu alguns desses sons através da internet? E, na sua opinião, qual a relevância dela para essa nova safra da música brasileira?
R. Brandão: Quase tudo eu conheci ao vivo ou por disco. Vivo da maneira mais orgânica possível, ouço mais vinil do que qualquer outro formato. Uso pouco a internet para buscar música. Mas não sou nenhum eremita, então às vezes acabo entrando em contato com a arte de alguém dessa forma sim. Mas tenho a impressão de que isso rola bem menos comigo do que com as pessoas que converso. Daí não me sinto apto para avaliar a real relevância dessa ferramenta de maneira precisa, liga?
-> Mais Um Discos / Rodrigo Brandão
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